Vinte anos atrás, Juan Sostheim deixou seu emprego corporativo no setor de alimentação na Europa e decidiu iniciar seu projeto regenerativo, o Rancho Margot, em uma área isolada perto do Vulcão Arenal, na Costa Rica. Ele sentia que o lugar era um paraíso e acreditava que os anos de degradação causados pela má gestão do gado poderiam ser revertidos, restaurando a área à sua antiga glória. Ele embarcou no que então lhe parecia impossível: construir um eco-lodge autossustentável, completamente desconectado do resto do mundo, em uma região onde até mesmo uma conexão telefônica para reservas era impossível.
Avançando para 2024, o Rancho Margot se destaca como um exemplo incrível de regeneração aplicada ao turismo e à educação, tendo impactado e transformado muitas vidas, inclusive as da comunidade que antes vivia sob a dura realidade do isolamento. Nessas comunidades isoladas, as escolas ficam muito distantes, assim como os mercados para os produtos agrícolas. O Rancho Margot opera como uma fazenda e hotel integrados, onde cerca de 901 toneladas de sua necessidade são produzidas na própria terra, seguindo um modelo de economia circular quase completo. O rancho administra criações de galinhas caipiras, porcos e vacas leiteiras, utilizando a técnica de manejo holístico para o pastoreio.

A primeira coisa notável que se percebe durante a visita guiada à fazenda, oferecida a todos os hóspedes à chegada, é como é possível ter um chiqueiro totalmente operacional a poucos metros do restaurante do hotel, sem odores indesejáveis ou nuvens de moscas. O segredo reside num fungo encontrado na decomposição de folhas na floresta nublada da montanha. Este fungo é cultivado e utilizado para criar o produto de limpeza próprio do hotel, aplicado tanto nos animais como nas instalações do hotel, eliminando eficazmente bactérias e odores indesejáveis.

O esterco dos animais é recolhido para fazer composto, que posteriormente enriquece o solo na operação de permacultura onde se cultiva a maior parte dos vegetais servidos aos hóspedes. O esterco restante é utilizado para produzir gás natural num biodigestor de metano.

A energia da fazenda provém de uma microcentral hidroelétrica construída no local com mínimo impacto ecológico, através do desvio de água da montanha, e agora é complementada por painéis solares para aquecer a água. Até mesmo o sabonete usado no hotel é feito com óleo reciclado da cozinha e ervas do jardim medicinal.


Do ponto de vista empresarial, Juan alcançou uma experiência única de viagem e aprendizado que demonstra ser possível viver e construir um negócio em parceria com a natureza. Financeiramente, toda a alimentação incluída no pacote de pensão completa, assim como a água e a energia necessárias para o pleno funcionamento dos 17 bangalôs, provêm da natureza.

Aliado ao trabalho dedicado e apaixonado dos funcionários da comunidade, isso cria uma experiência de hospitalidade única, com lucros maiores do que a operação hoteleira usual que depende de insumos de fornecedores externos.

O Rancho Margot possui uma receita inspiradora para um projeto regenerativo que opera com três pilares integrados: turismo e hotelaria, que geram a maior parte da receita; programas educacionais na forma de workshops e retiros, que servem para inspirar e conectar o projeto ao mundo em geral; e a operação agrícola, que atualmente atende à comunidade local e aos visitantes, mas que, com uma infraestrutura melhor conectando o Rancho ao polo turístico de Arenal, tem o potencial de expandir o modelo "da fazenda à mesa" para outros hotéis da região.

Para apoiar o Rancho Margot, reserve sua estadia, uma visita ou um workshop.