Em nossa busca por empresas que crescem em parceria com a natureza, poucas ilustram essa possibilidade tão bem quanto a Symbiosis.
Fundada há quatorze anos perto de Trancoso, no estado da Bahia, Brasil, muito próximo de onde os colonizadores portugueses desembarcaram pela primeira vez no Brasil, a Symbiosis Investimentos está se transformando terras degradadas destinadas à criação de gado foram transformadas em um sistema florestal misto, baseado principalmente em espécies nativas, que foram exploradas durante muito tempo por sua madeira de alta qualidade, levando-as à beira da extinção na natureza.


Visitei a fazenda deles pela primeira vez em 2019, quando decidi me tornar investidor, atraído pela estratégia de longo prazo de produção de madeira de alta qualidade, em um sistema misto de espécies que se apoiam mutuamente como em uma floresta, sem perder a capacidade de podar e colher as árvores.
A estratégia central implementada em suas fazendas é a de renaturalizar aproximadamente 401.060 hectares de terra, que desempenharão um papel fundamental na oferta de serviços ecossistêmicos, especialmente em torno de reservatórios de água, e então manejar os 601.060 hectares restantes de floresta plantada em faixas de diferentes espécies. A chave para o sucesso dos mais de 1.000 hectares já implementados em três fazendas diferentes é a seleção de espécies, a clonagem dos melhores indivíduos, a construção de um viveiro de mudas eficiente e o teste em campo de diversos modelos que combinam espécies exóticas auxiliares, como o mogni africano, com espécies nativas, como o jacarandá local, com ciclos mais longos, que são o cerne do projeto.

Observar as pastagens degradadas da fazenda vizinha e, em seguida, caminhar pela floresta exuberante e provar a água fresca do rio revitalizado da fazenda Symbiosis traz esperança para um futuro regenerativo e promissor para a região. É um exemplo notável de como o homem pode trabalhar em harmonia com a natureza, permitindo que a terra manifeste sua ecologia natural com a gestão adequada, direcionando-a para uma solução econômica viável: a produção de madeira de alta qualidade e serviços ecossistêmicos, incluindo agora créditos de carbono, mas com um potencial ainda maior para créditos de biodiversidade e água quando o mercado financeiro se expandir para além do carbono.
Do ponto de vista social, o projeto se baseia na tradição da silvicultura, que já prospera na região há décadas por meio da indústria de celulose e das plantações de eucalipto. O que a simbiose faz é levar a silvicultura a um novo patamar de maior impacto e lucratividade. Agora, com um viveiro de última geração, projetos de mistura de espécies e manejo testados com sucesso permitiram reduzir o longo ciclo de colheita de 14 anos para entre 8 e 12 anos, dependendo da espécie.

O próximo desafio é plantar 1000 novos hectares por ano, com o potencial de transformar a paisagem, aproximando-a da visão exuberante que Cabral e seus companheiros tiveram quando avistaram o Monte Pascal pela primeira vez, há mais de 500 anos, e iniciaram o processo de desmatamento.